Terapia nutricional na síndrome de angustia respiratória

Dr. Daniel Magnoni

A Síndrome de Angustia Respiratória – SARA, caracteriza-se por injuria tecidual pulmonar, promovendo importante aumento na permeabilidade pulmonar e edema. O dano celular endotelial é difuso e heterogêneo, podendo coexistir áreas de tecido pulmonar sadias com outras afetadas.
As causas não são de todos elucidadas, no entanto, níveis elevados de tromboxano e lesões pulmonares encontram-se via de regra associados quando analisamos os antecedentes mórbidos dos pacientes.
A SARA relaciona-se com elevados índices de mortalidade. Em estudo de Christenson e col , observou-se 68,4% de mortalidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca quando ocorria essa complicação.
O tratamento da SARA promove a interação entre vários setores de atenção à saúde. Nesse aspecto, paralelo aos cuidados de fisioterapia (ventilação mecânica e cuidados gerais), uso preventivo de antibioticoterapia e cuidados hemodinâmicos, repousa no adequado planejamento nutricional, uma das molas mestres do sucesso terapêutico.
Na análise de resultados clínicos devemos considerar, paralelo à cura da patologia, outros critérios de sucesso: menor tempo de internação, menor custo de tratamento e maior rotatividade de leitos.
O paciente com SARA, rotineiramente utiliza ventilação mecânica assistida e cuidados especiais de fisioterapia , esse diagnóstico esta também associado à maior ocupação de leitos em Unidades de Cuidados Intensivos ( UTI ) e maior custo de internação hospitalar.
A desnutrição afeta de forma muito contundente a evolução clínica de pacientes internados. Muitos trabalhos relacionam o adequado aporte de nutrientes como forma eficaz de atuar na redução na morbimortalidade de pacientes graves e reduzir o tempo de internação hospitalar.
Na atualidade, as condutas médicas incorporaram conceitos de excelência na correta decisão de incrementar e utilizar no arsenal terapêutico, novos insumos (fármacos, nutrientes…).
O conceito de medicina baseada em evidências sugere, dentre outras premissas, trabalhos multi cêntricos e número adequado de experimentos.
O tratamento da SARA pede a utilização de nutrição adequada. e modernamente chamada de órgão específica. A terapia nutricional na SARA configura-se como importante aliado à equipe de saúde, os novos substratos nutricionais podem proporcionar melhor performance terapêutica.
Nesse aspecto a correta individualização da formulação, com melhor e maior aporte de lipídeos, maior incremento de aminoácidos relacionados à injúria e adequação clínica da participação percentual de carboidratos, conduz a eficiência do tratamento.

No tocante ao direcionamento eletrolítico, participação de oligoelementos e vitaminas antioxidantes, a prática clínica pede formulações e substratos mais adequadamente relacionados ao tratamento.
Por fim, o lidar diário com pacientes graves, deve constantemente receber subsídios que proporcionem maior eficiência terapêutica, maior envolvimento multiprofissional e menor custo social.