A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal de etiologia obscura, que pode afetar qualquer porção do trato gastrintestinal, sendo mais comum o acometimento do intestino delgado. A ativação dos linfócitos T intestinais parece ser o principal ponto na fisiopatologia da doença, sendo comum a presença de granulomas intestinais não caseosos. Devido ao caráter invasivo da doença no intestino, podem ocorrer aderências e formação de fístulas. A sua incidência tem aumentado, sendo raro em crianças com idade inferior a 9 anos 23.
Os sintomas clínicos consistem em dor abdominal, anorexia, diarréia e vômitos, o que prejudica sobremaneira o estado nutricional do paciente. Freqüentemente, a criança ou o adolescente apresenta-se depressivo e sem apetite. As condições de estresse familiar ou escolar tendem à exacerbação da doença.
Terapêutica nutricional: Nos últimos anos, o uso das dietas elementares na doença de Crohn tem sido o tratamento padrão de muitos serviços. Estas dietas são utilizadas por dois motivos, quais sejam, induzir remissão e como suporte nutricional, o que melhora o quadro da desnutrição.
Há claras evidências que a dieta elementar é fator adjuvante na remissão da doença e diminui o uso de corticosteróides, o que é benéfico em termos da promoção do crescimento 27. A forma de administração é por via oral em pequenos volumes; no entanto, a alimentação por sonda é a mais utilizada, por assegurar as necessidades nutricionais destes pacientes.