Celso Cukier
Daniel Magnoni
Introdução:
Orientações dietéticas em competições atléticas foram sugeridas há vários séculos por gregos e romanos. Diogenes Laertius ( 220 A .C.) sugeriu alimentação a base de figos secos, queijo úmido e nata de leite a atletas gregos. Evitar doces e água gelada era recomendado por Diógenes ( 200 A .C.). Entretanto, ainda neste século ocorrem dúvidas quanto ao regime alimentar e preparação dos alimentos para melhorar o rendimento físico em eventos esportivos. Dietas com diferentes teores de gorduras, carboidratos e proteínas foram propostas. Atletas de diferentes países e modalidades seguem distintas orientações dietéticas. Durante a XI olimpíada em Berlim consumia-se diariamente carnes acompanhadas de 125 gramas de manteiga ou óleo de algodão, três ovos, doces e um litro e meio de leite (Grivetti e Applegate, 1997).
A falta de informação e a influência de laboratórios que lançam ao mercado produtos “mágicos” que prometem maior rendimento energético levam a um extremismo dietético pelo atleta e podem, por vezes, prejudicar o treinamento e seus resultados. O estilo de vida profissional, do qual negócios e viagens são frequentes, pode dificultar a aderência a orientações dietéticas (Burke, 1995; Mullin, 1996).
Crianças entre 9 e 14 anos de idade apresentaram hábitos dietéticos incorretos mesmo na presença de orientação esportiva especializada, demonstrando a pequena importância dada a este tema (Caldarone e col., 1995). É fato que a disciplina alimentar com orientação adequada quanto ao tipo de alimento e suplementações vitamínicas, minerais e auxílio ergogênico podem melhorar o rendimento do atleta (Grandjean, 1997).
As preocupações do profissional podem se dividir em diferentes pontos: 1) quanto ao tipo de alimento; 2) quanto à aceitação dietética; 3) quanto ao melhor rendimento do atleta aos elementos ministrados.
Influência da dieta nos compartimentos corporais:
A orientação dietética adequada conjuntamente à prática de exercícios orientada pode modificar favoravelmente os diversos compartimentos corporais, o sistema imunológico e dosagens de lípides séricos. A necessidade energética sofre influência de diversos fatores como composição corpórea, tipo, intensidade, duração e frequência do exercício efetuado ( Ahlborg et al, 1974). O quadro 1 apresenta o gasto energético estimado de acordo com atividade física.
Nível Kcal / min Kcal / min |
(homens) (mulheres) |
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Leve 2.0 – 4.9 1.5 – 3.4 |
Moderado 5.0 – 7.4 3.5 – 5.4 |
Alto 7.5 – 9.9 5.5 – 7.4 |
Muito alto 10.0 – 12.4 7.5 – 9.4 |
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Gasto energético estimado de acordo com a intensidade do exercício. McArdle, 1991. |
Visser e col. (1997) estudaram prospectivamente, em 1163 homens e 1154 mulheres entre 55 e 85 anos de idade, a relação cintura quadril, fator preditivo de manifestações cardiovasculares, que foi menor nos indivíduos que praticavam exercícios.
O aumento da massa magra e de fibras musculares são estimulados pela secreção hormonal anabólica (ex. hormônio do crecimento) induzida pelo exercício e por nutrientes específicos como arginina (Borer, 1995). Aumento de pré-albumina foi significativamente maior em atletas maratonistas quando comparados ao grupo controle sedentário (Crespo e col., 1995).
Orientação dietética:
A necessidade de maiores quantidades de alimentos bem como alimentação por vezes menos saborosa constitui um dos principais desafios do profissional responsável pela orientação do atleta. A reeducação alimentar, com espaçamento menos freqüente das refeições reduz o desconforto gástrico e permite maior ingestão calórica no decorrer do dia.
A orientação dietética pode variar conforme o tipo de exercício efetuado, já que este relaciona-se diretamente com o gasto energético. Em estudo prospectivo de Seale e col. (1996), 15 adultos foram divididos em três grupos relacionados à atividade física: 1) sedentários; 2) treino moderado de força; 3) treino moderado de resistência. Todos os indivíduos consumiram dieta padronizada contendo 40% de carboidratos, 20% de proteínas e 40% de gorduras por três semanas. Após determinação do gasto energético por calorimetria indireta observou-se maior valor para os grupos com treino de força e de resistência (31,5% e 19,4% respectivamente) em relação ao grupo sedentário.
Carboidratos:
Os Carboidratos (CH) são a principal fonte calórica para atletas. As reservas endógenas de CH permitem maior rendimento em trabalhos de longa duração. Estratégias de treinamento e reposição de CH pós exercícios garantem melhor adaptação orgânica aos exercícios (Hawley e Burke, 1997).
O aumento da capacidade oxidativa mitocondrial da fibra muscular não é considerado pré-requisito para que ocorra melhor efeito metabólico sobre a resistência, mas pode representar um fenômeno adaptativo a uma nova condição metabólica. A concentração muscular de GLUT-4, transportador de glicose, aumenta após uma ou poucas sessões de exercícios. A melhor sensibilidade à insulina permite rápida reposição dos estoques de glicogênio (Henriksson, 1995), concentrado no músculo esquelético (1400 kcal), fígado (320 kcal) e sangue (80 kcal) (Strauss, 1991).
A reposição energética, bem como o preparo prévio a situações de esgotamento de energia são importantes campos de ação da orientação dietética. A quantidade de CH ministrado varia de acordo com o tipo de exercício e objetivos do treinamento. De uma forma geral devem ser ministrados de 60 a 70% do valor calórico total, sendo 40% ou mais na forma de CH complexos (Costil e Hargreaves, 1992).
A supercompensação de glicogênio, recomendada nos eventos de resistência de longa duração ou eventos repetitivos em curto espaço de tempo, é uma das principais medidas preventivas do esgotamento energético precoce, mas recebe críticas quanto à sua eficácia.
Em períodos de treinamento normal os CH são ministrados na proporção de 60% do valor calórico total (VCT). Em treino pré-competição preconiza-se a ingestão de dieta composta por CH na razão de 70% do VCT sete dias antes da competição (Williams, 1995). Em dias alternados corta-se os exercícios pela metade e no dia prévio ao evento o treino deve ser abolido. Três a quatro horas antes do evento deve-se ingerir 300 gramas de CH complexos. Os CH simplificados devem ser evitados pois podem promover uma resposta exacerbada à insulina e ocorrer hipoglicemia no momento do exercício.
A ingestão de CH durante exercícios de longa duração (mais que 90 minutos) favorece a recuperação da fadiga precocemente ( 30 a 60 min). A ingestão de 30 a 70 gramas por hora previne a depleção de CH durante o evento (Walberg-Rankin, 1995). Imediatamente antes do exercício preconiza-se a ingestão de 200 a 400 mL de bebida que contenha CH na concentração de cinco a sete por cento. Durante as primeiras duas horas, a cada 15 minutos deve-se ingerir 100 a 150 mL (CH de 5 a 7%). Após duas horas devem ser ingeridos 100 a 150 mL com concentração de CH de 15 a 20%. Em eventos com menos de duas horas os CH de maior concentração ( 15 a 20%) devem ser ingeridos no último quarto da atividade física.
Após duas horas do término do exercício exaustivo inicia-se alimentação com CH simples. Açúcares simples devem ser consumidos a cada duas horas nas primeiras quatro a seis horas após o exercício ( 0,7 gramas de glicose ou sacarose / kg de peso corpóreo). Após seis horas são introduzidos os CH complexos na proporção de 40 a 60% do valor calórico total (Walberg-Rankin, 1995).
Gorduras:
A gordura constitui o combustível celular ideal, pois cada molécula carreia grandes quantidades de energia por unidade de peso, é transportada e armazenada facilmente e transformada prontamente em energia. Em repouso, nos indivíduos bem nutridos, a gordura pode proporcionar até 80 a 90% da demanda energética do corpo.
O conteúdo de gordura do corpo constitui cerca de 15% do peso corporal dos homens e 25% do peso das mulheres. Consequentemente, a energia potencial armazenada nas moléculas de gordura de um homem de meia-idade comum é de aproximadamente 100.000 Kcal. A maior parte desta gordura fica disponível para a produção de energia, especialmente durante o exercício prolongado.
Os ácidos graxos liberados pelos triglicerídeos nos locais de armazenamento das gorduras e fornecidos ao tecido muscular pela circulação na forma de ácidos graxos livres ligados á albumina sangüínea, assim como os triglicerídeos armazenados no próprio músculo, contribuem consideravelmente para atender as necessidades energéticas do exercício. Durante curtos períodos de exercício moderado, a energia deriva em quantidades aproximadamente iguais dos carboidratos e das gorduras. À medida que o exercício prossegue por uma hora ou mais e os carboidratos ficam depletados, observa-se um aumento gradual na quantidade de gordura utilizada para obter energia. No exercício prolongado, a gordura (principalmente como ácidos graxos livres) pode proporcionar quase 80% da energia total necessária. Isso é devido, provavelmente, a uma pequena queda na glicose sangüínea e uma redução subsequente na insulina e um aumento na produção de glucagon por parte do pâncreas, que acaba reduzindo o metabolismo da glicose e estimula a liberação e a subsequente desintegração das gorduras para obtenção de energia (McArdle, 1991; Caldarone e Giampietro, 1997).
Proteínas:
Tradicionalmente a ingestão protéica em atletas é maior que em sedentários. Embora as recomendações de ingestão protéica recomendadas pela RDA sejam baseadas em indivíduos saudáveis e de vida sedentária (0,8 g/dia), estudos com balanço nitrogenado demonstraram que a necessidade protéica e de aminoácidos específicos está aumentada durante o treino atlético regular (Lemon, 1995). A necessidade protéica depende de diversos fatores relacionados ao atleta (sexo, idade, ingestão calórico-protéica) e ao exercício (tipo, frequência, duração, intensidade) (Grandjean, 1989).
A ingestão protéica elevada modifica o metabolismo no sentido de aumentar a retenção nitrogenada, diminuir a gordura corpórea e aumentar a excreção urinária de creatinina (Oddoye et al., 1979; Consolazio et al., 1985). Estudos de suplementação protéica de 2,73 g/kg/dia demonstraram redução do lactato via ciclo-glicose-alanina (Voukovich et al., 1992).
A necessidade protéica varia de 12 a 15% da ingestão alimentar (Williams, 1985; Nelson, 1994). Para treinos onde é fundamental a aquisição da força muscular e a construção e reparação da musculatura tornam-se prioridades recomenda-se 1,4 a 1,8 gramas de proteína por kg de peso corpóreo (g/kg). Em treinos de resistência onde é necessário substrato para fonte energética auxiliar aos CH, as proteínas devem ser ministradas na proporção de 1,2 a 1,4 g/kg, podendo chegar a 2,0 g/kg em treinamentos muito intensos (Lemon, 1992 e 1995; Van Erp-Baart et al., 1992).
O emprego de aminoácidos específicos (arginina e ornitina) foi estudada com objetivo de promover aumento sérico do hormônio de crescimento em leventadores de peso. Embora não tenha demonstrado resultado satisfatório (Lambert et al., 1993), a manipulação hormonal e de aminoácidos isoladamente necessitam mais estudos para serem utilizadas constantemente como substratos energéticos.
Microelementos:
Modificações no metabolismo de microelementos relacionam-se à atividade física. A perda do rendimento físico é relacionada à deficiência de vitaminas e minerais baseada na deficiência dietética ou nével sérico reduzido. Esse fato foi pricipalmente abordado durante a década de 40, quando complementação e fortificação dos alimentos industrializados ainda não era realizada.
O decréscimo a da atividade física na presença do estado de deficiência de um ou mais microelementos continua a ser documentado em estudos clínicos e experimentais, especialmente nos países onde a fortificação alimentar não se tornou uma rotina. Anemia podr deficiência de ferro e deficiência das vitaminas tiamina, riboflavina, B6, C, E interferem diretamente na performance.
Apesar dos dados acima explicitados ainda há conflito quanto à necessidade de suplementação em esportistas ou atletas saudáveis.
Auxílio Ergogênico:
O auxílio ergogênico é fato presente desde a antigüidade, quando era baseado em superstição e atos ritualísticos. Atletas e soldados eram preparados com dietas constituídas de partes específicas de animais com o intuito de conferir agilidade, velocidade e força (Applegate e Grivetti, 1997). O conhecimento fisiológico do organismo do atleta promoveu o aparecimento de substâncias químicas de diferentes origens e formas de ação, com o objetivo de aumentar a capacidade de força e resistência orgânica. Creatina, carnitina, bicarbonato de sódio, cafeína, ginseng, esteróides anabólicos, hormônio do crescimento, picolinato de cromo, ioimbina, bebidas hiperprotéicas etc. têm sido utilizadas, por vezes, de forma indiscriminada e sem orientação especializada (Clarkson, 1996). Entretanto, pouco se sabe sobre seu real valor na atividade física. O uso incorreto dessas substâncias é fato comum entre atletas sendo inversamente proporcional ao conhecimento de seus efeitos benéficos e prejudiciais pelo atleta. Num estudo efetuado em 509 estudantes, Massad et al. (1995) observaram menor uso de suplementos quando houve maior conhecimento de seus efeitos, demonstrando claramente a importância educacional nesta população. O uso de substâncias como a cafeína e hormônio do crescimento foi proibido pelo comitê olímpico internacional, mas continuam a ser utilizadas, especialmente em atividades esportivas cujo exame de detecção não é obrigatório. Para melhor compreensão discutiremos algumas dessas substâncias isoladamente.
Ginseng:
Embora seja amplamente utilizado por atletas, vítimas de um errôneo “marketing” não científico, com o intuito de aumentar a resistência e melhorar a adaptação ao estresse, não demonstrou efeitos sobre a VO 2 max, freqüência cardíaca e produção de ácido láctico durante o exercício (Smith, 1995; Engels, 1995).
Colina:
A colina é precursor da acetilcolina, essencial à transmissão do impulso nervoso pela placa motora. Foi relatado que após exercícios de resistência ocorreu diminuição da colina plasmática, o que poderia limitar a resistência e promover fadiga precocemente. Embora o conteúdo da dieta seja suficiente para a transmissão do impulso nervoso, a administração oral de colina poderia retardar a fadiga no exercício de longa duração (Spector et al, 1995).
Picolinato de cromo e cromo:
É encontrado em alimentos como uva passa, champignon, levedo de cerveja e flocos de milho. Utilizado na dose de 50 a 200 mg/dia promove aumento da massa magra, aumento da excreção urinária de cromo e interfere no metabolismo do ferro e zinco (Clarkson, 1994; Lefavi, 1992). A utilização do cromo isoladamente promoveu redução nos níveis de triglicérides plasmáticos em 17,4%, mas não ocorreu modificação do peso, enquanto a composição corpórea não foi estudada (Lee, 1994).
Creatina monoidratada:
A creatina monoidratada tem sido amplamente utilizada em exercícios de curta duração e que exigem grande força muscular, como levantamento de peso, embora sua legalidade ainda não esteja decidida. Isto porque a creatina fosfatada é a principal fonte energética muscular nesse tipo de atividade física. A utilização da creatina monoidratada na dose de cinco gramas, quatro vezes ao dia, favoreceu a manutenção da creatina fosfatada intramuscular, promoveu aumento da creatina plasmática e favoreceu o ganho de peso corpóreo (Harris et al., 1992; Casy et al., 1993; Williams, 1994; Earnest et al., 1995).
L-Carnitina:
É sintetizada no fígado sendo essencial ao transporte de ácidos graxos de cadeia longa para o interior da mitocôndria. A suplementação de L-carnitina promoveu aumento da VO 2 max em corredores (Marconi et al., 1985).
Outros estudos não demonstraram resultados favoráveis sobre a performance do atleta com o uso de carnitina, devendo ser suplementada apenas em situações especiais.
Outros substratos:
Substâncias ainda pouco utilizadas e de literatura conflitante merecem citação diante do uso futuro provável. Entre elas encontra-se o aspartato, vitamina B15, sais de fosfato (envolvidos em reações energéticas) e o carbonato de sódio que evita distúrbios gastrointestinais (Nelson, 1994). Novos nutrientes são comercializados a nível galopante, mas raramente têm sua eficácia comprovada cientificamente e podem, por vezes, influenciar negativamente o desempenho e a saúde do atleta.
Conclusões:
A melhor compreensão, do profissional de saúde e do atleta, e a divulgação científica baseada em trabalhos bem planejados trarão modificações importantes na conduta e performance do atleta, com benefícios refletidos em seu resultado final na competição e no seu estado de saúde (Tipton, 1997).
Referências Bibliográficas:
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• Williams, W- The use of ergogenic aids in sports: Is it a ethical tissue? IJSN. 4:120, 1994.