Guidelines para a prevenção de Doenças Cardiovasculares em Mulheres – 2011

HAH

Guidelines para a prevenção de Doenças Cardiovasculares em Mulheres – 2011

Rodrigo de Oliveira
Nutricionista – IMeN

Em 22 de Março a AHA, lançou uma atualização de seu guideline para prevenção de DCV em mulheres a partir de toda a bibliografia que foi publicada por eles, desde 1999. Desde então, o mito de que as Doenças Cardiovasculares (DCV) são “doenças masculinas” foi derrubado, pelo fato de que novos dados a respeito do aumento do número de mulheres portadoras de DCV pulou de 30% em 1997 para alarmantes 54% em 2009 nos EUA. Entretanto, o desafio apresentado no sexo feminino não se limita apenas aos americanos, o problema tomou proporções globais, e prova disso são pesquisas que comprovam que mulheres oriundas de países mais desenvolvidos e das economias emergentes atuais tem as DCV como a maior causa de morte, e como é sabido, as mulheres possuem fatores de risco únicos para riscos de AVC, como a gravidez e terapias hormonais, tendo ainda uma grande prevalência de hipertensão em idosas.

O Guideline oferece como método de avaliação do risco para DCV são utilizados: Histórico médico/familiar e histórico de complicações na gravidez. Sintomas característicos da DCV, exames físicos incluindo pressão arterial, IMC, Cincurferência da Cintura, testes laboratoriais incluindo glicose e lipoproteínas e avaliação do risco de Framingham se tiver ausência de uma DCV ou diabetes. Entre as mudanças de estilo de vida iniciais, encontram-se a suspensão do fumo, uso de uma dieta baseada nos modelos DASH, prática de atividade física e controle da manutenção do peso. Entre as recomendações dietéticas estão: uma dieta com consumo rico em fibras, frutas e vegetais, dar preferência a grãos integrais, consumo de peixes ricos em ômegas pelo menos duas vezes na semana, limitar o consumo de gorduras saturadas, colesterol, álcool, sódio e açúcar, e evitar o consumo de gorduras trans. Outros fatores que são mais prevalentes entre as mulheres podem contribuir de forma especial para o risco de DCV, claro que são necessários estudos mais profundos para se determinar a sua participação funcional de fato, entretanto, o texto cita fatores como depressão e doenças auto-imunes como possíveis colaboradores.

 Foram abordadas também as mudanças demográficas não apenas nos EUA, mas como também no mundo todo, e que a necessidade de profissionais da área da saúde deve levar em consideração a diversidade que estes pacientes podem apresentar sejam elas culturais ou sociais, e que a aplicabilidade internacional deste é de extrema importância, pois estas recomendações podem ser usadas na maioria dos países ou regiões, seja de forma direta ou através de uma leve modificação nos hábitos dos pacientes, e as descrições contidas nas recomendações são de fácil compreensão e aplicação na prática clínica.

Entretanto, existem vários impedimentos quando se fala de uma possível implantação do guideline em si, como falta do apoio de organizações e resistência do paciente a uma possível mudança comportamental. No ano de 2000, foi estimado que apenas 7% da população com Doenças coronarianas aderiram a tratamentos prescritos para fatores de risco para DCV. Aproximadamente 30 – 70% de todas as admissões hospitalares relacionadas a doenças medicamentosas nos EUA são atribuídas a baixa aderência desses tratamentos de prevenção, resultando em bilhões de dólares em custos de saúde adicionais anualmente. Logo, conclui-se que um guideline não é apenas um instrumento, e sim uma constelação de práticas que devem ser seguidas, sejam elas preventivas ou curativas, e que a meta a ser estabelecida envolve não apenas profissionais em geral, mas como toda a população.

Adaptação: Recomendações dietéticas específicas para mulheres

HAH

*copo de 250 ml

Fonte: American Heart Association, 2011.