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Orientação Nutricional na Hipercolesterolemia

Nutricionista Aliny Stefanuto

Nutricionista Cristiane Kovacs

Dr. Daniel Magnoni

A gordura saturada comparada com o colesterol alimentar, aumenta três vezes mais o colesterol plasmático, fato este que trouxe mudanças no foco das orientações dietéticas.

O colesterol possui propriedades orgânicas tal qual as gorduras, apresentando-se livre ou ligado a ácido graxos (esterificado), sendo precursor na síntese de alguns hormônios, vitamina D e ácidos biliares. É encontrado nos alimentos de origem animal: leite e derivados (queijos amarelos, creme de leite, manteiga), carnes vermelhas, pele de aves, bacon, embutidos (presunto, salame, mortadela), gema de ovo, vísceras (fígado, coração, moela), frutos do mar (lagosta, camarão, ostra, marisco).

Há uma relação entre alguns ácidos graxos saturados com a elevação do colesterol sérico, sendo que os de cadeia de curta, ácido cáprico (carne bovina, manteiga, coco e leite materno) e esteárico (gordura animal, manteiga, coco e gorduras hidrogenadas) não elevam o colesterol plasmático, já os que elevam o colesterol como ácido láurico (óleo de coco), o ácido mirístico (gordura animal, leite e seus derivados e óleo de coco) e o ácido palmítico (gordura animal e azeite de dendê) devem ser evitados.

Os insaturados classificados como poliinsaturados e monoinsaturados, têm ação hipocolesterolêmica, porém os mecanismos pelos quais isso acontece não estão muito bem elucidados, sabendo-se que seu maior efeito é devido ao aumento dos receptores B/E de LDL colesterol.

Os ácidos graxos poliinsaturados são representados pelos ômega-3 (ácido alfa-linolênico) e ômega-6 (ácido linoléico), sendo ambos essenciais ao organismo. O ômega-3 influencia no metabolismo dos triglicerídeos, sendo abordado posteriormente no próximo item.

O ômega-6 diminui os níveis séricos de LDL-colesterol, é precursor do ácido araquidônico que promove a produção de mediadores químicos (prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanes) que participam dos processos imunológicos, inflamatórios, vasodilatadores e agregatórios. Suas principais fontes são os óleos vegetais (óleo de açafrão, girassol, soja e milho).

Os ácidos graxos monoinsaturados são representados pela série ômega-9 (ácido oléico), os quais possuem propriedades de redução do colesterol total e LDL-colesterol como também inibição da agregação plaquetária. Suas principais fontes são o azeite de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, etc.).

No processo de hidrogenação dos óleos vegetais (produção de margarinas, gordura vegetal hidrogenada) ocorre a formação de gorduras denominadas trans que possuem semelhança estrutural com as gorduras saturadas e que, portanto, provocam a elevação do colesterol, porém com uma desvantagem maior ainda, a de diminuir o HDL-colesterol além de elevar o LDL-colesterol. Sendo assim, quanto mais dura for a consistência da margarina, maior será seu teor de gordura trans. Essas gorduras são encontradas em óleos e gorduras hidrogenadas, sorvetes cremosos, chocolates, pães recheados, molhos para salada, maionese, cremes para sobremesa, biscoitos simples e recheados, etc.

Composição da dieta para o tratamento de dislipidemias

III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Nutrientes Ingestão Recomendada

Gordura Total

25 a 25% das calorias totais

Ácidos Graxos Saturados

< 7% das calorias totais

Ácidos Graxos Poliinsaturados

até 10% das calorias totais

Ácidos Graxos Monoinsaturados

até 20% das calorias totais

Carboidratos

50 a 60% das calorias totais

Proteínas

Aproximadamente 15% das calorias totais

Colesterol

< 200 mg/dia

Fibras

20 a 30g/dia

Calorias

Para atingir e manter o peso desejável

 

Dicas práticas no tratamento da hipercolesterolemia:

  • Colocar pouco óleo para preparar os alimentos;
  • Ao preparar carnes, aves ou peixes retirar as gorduras ou peles aparentes antes de cozinhá-las;
  • Ter cuidado com o alto consumo de alimentos industrializados que contenham gordura vegetal hidrogenada;
  • Consumir alimentos desnatados ao invés dos integrais;
  • Aumentar o consumo de fibras e beber 2 litros de água/dia.

Alimentos que devem ser evitados:

  • Frituras;
  • Carnes gordas (bacon, toucinho, miúdos);
  • Leite e derivados integrais (queijos amarelos como o mussarela);
  • Gordura animal (manteiga, banha, creme de leite, gema de ovo);
  • Embutidos (presunto, mortadela, salsicha, lingüiça);
  • Tortas, biscoitos recheados, chocolates.
  • Preparações gordurosas (feijoada, dobradinha);
  • Preparações com creme de leite e molho branco.  

Alimentos permitidos:

  • Leite e derivados desnatados (queijo branco, ricota);
  • Frango (sem pele), peixes, carne bovina magra;
  • Legumes, verduras e frutas à vontade;
  • Leguminosas: feijão, lentilha e ervilha;
  • Cereais em geral (arroz, farinha de trigo, milho e pães);
  • Azeite de oliva extra virgem (utilizar o necessário)

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