Azeite de Oliva – Gordura monoinsaturada

Azeite de Oliva – Ácidos graxos monoinsaturados

Dr. Daniel Magnoni

O acido oléico (OA: 18:1, ω-9) e um dos mais abundantes no diferentes alimentos, sendo encontrado principalmente no óleo de oliva, muito abundante na alimentação de populações mediterrâneas. Esta dieta apresenta efeito protetor em doenças coronarianas e câncer (Tokudome, Nagaya et al., 2000). Dentre os MUFAs, o mais abundante mais nos óleos vegetais é o Ácido Oléico (AO)..

No óleo de soja, 20 a 25 % dos AG são da categoria oléico..

Dietas ricas em MUFA reduzem, em indivíduos normais, as concentrações plasmáticas de LDL, de LDL oxidada e a proliferação de celular musculares lisas de coronárias humanas em cultura (Mata, Varela et al., 1997). Alem disso, em pacientes portadores de hipercolesterolemia leve, o AO também reduz a taxa de oxidação de LDL plasmática (Reaven, Parthasarathy et al., 1993; Willett, 2006).

Na comparação entre os diferentes tipos de óleos fontes de AO, observa-se que os óleos de oliva refinados não apresentam o mesmo efeito protetor, em relação aos extra-virgem. Essas diferenças, que refletem a forma de preparação do extra-virgem (extração a frio) em relação ao refinado (extração quente), poderiam ser atribuídas ao teor de α- tocoferol e compostos fenólicos mais elevados no óleo extra-virgem que no refinado (Ramirez-Tortosa, Urbano et al., 1999; Manna, Napoli et al., 2009). Os compostos fenólicos identificados no óleo de oliva atuam como antioxidantes e protegem consideravelmente a população contra câncer de colón, de mama e pele, agindo como inibidor do estresse oxidativo (Owen, Giacosa et al., 2000).

O AO contribui ainda para a prevenção de aterosclerose através da modulação da expressão gênica de moléculas de adesão em células endoteliais (Perez-Jimenez, Lopez-Miranda et al., 2002; Ros, 2003; Manna, Napoli et al., 2009). Este acido graxo também exerce um efeito anti-inflamatório por alterar o metabolismo de H2O2 em células vasculares e reduzir a produção enzimática de espécies reativas de oxigênio (Perona, Cabello – Moruno et al., 2006).

O AO também tem sido descrito como modulador da resposta imune, capaz de diminuir a incidência de artrite reumatóide e a sintomatologia típica de anormalidades autoimunes (De Pablo e Alvarez De Cienfuegos, 2000). Uma dieta rica em MUFA pode ter ação supressora na proliferação de linfócitos, atividades das células natural killer, adesão de leucócitos e diminuição da produção de TNF-α (Jeffery, Cortina et al., 1997; Yaqoob, 1998: Yaqoob, Knapper et al., 1988; De Pablo e Alvarez De Cienfuegos, 2000). Redução da produção de citocinas como IL-1, IL-6, IL-8 e IL-10 em monócitos ocorre pela suplementação do AO (Yaqoob, 1988; Galli e Calder, 2009).

As dietas ricas em ácido Oléico, podem na utilização ao longo do tempo, atuar na prevenção da doença cardiovascular, desta forma, o azeite de oliva deve ser uma importante ferramenta de prevenção. Resta, sem duvida, a observação da quantidade calórica, relacionada diretamente com a obesidade.