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Alimentos Organicos, mercado e potencialidades

Mercado de Alimentos com baixos teores de carboidratos:

Uma visão global e nacional

 

 

 

Introdução:

 

O mercado de alimentos especiais e saudáveis tem observado um crescimento anual significativo a partir do início dos anos 90.  Uma conscientização mundial sobre a importância dos alimentos para a saúde vem mudando o comportamento do consumidor. Nos Estados Unidos da América, onde é chamado de Mercado Natural, o faturamento em 2003 alcançou cifras estimadas em US$ 55 bilhões. Estão incluídos os resultados obtidos com as vendas de alimentos naturais, orgânicos, funcionais e produtos de naturais para cuidados pessoais.

O crescimento do mercado de alimentos orgânicos é impressionante.

Por representar um modelo de produção de alimentos que além de nutrir,  não intoxica o ser humano e ainda preserva o meio ambiente, o mercado destes alimentos cresce mais de 10% ao ano. 

Mas apesar deste crescimento significativo dos orgânicos, são os alimentos funcionais que se destacam neste segmento. Segundo o Jornal de Negócios em Nutrição, o mercado mundial está estimado em US$ 150 bilhões, sendo que os alimentos funcionais ou para fins especiais, representam 38% de todas as vendas. Quando se comparam países e regiões, há uma evidente discrepância entre os EUA (35%) e Europa (32%) e o resto do mundo, com destaque para o Japão (18 %), primeiro país a regulamentar os alimentos funcionais. O que pode ser observado é que ano a ano estes mercado influenciam os outros países, já que vivemos uma era de informação, empresas e economia totalmente globalizada. A América Latina por ainda representar apenas 2% deste mercado, tem um enorme potencial para seu desenvolvimento, com destaque especial para o Brasil. Um dos setores de necessidades dietéticas que mais chama atenção em todo o mundo, é o da dieta pobre em calorias com a finalidade de controle de peso. O excesso de peso e a obesidade movimentam na atualidade um enorme volume de dinheiro, já que uma grande parte da população mundial, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, são acometidos desta alteração. Considerada pela Organização Mundial da Saúde como a maior epidemia do século passado, vem sendo alvo de projetos para o seu combate por órgão da saúde em todas as partes o planeta.

A batalha contra as conseqüências deste mau conta com vários aliados em toda a medicina e na indústria dos alimentos. Com uma grande freqüência informações são veiculadas em revistas científicas e populares sobre as novas descobertas,  dietas e alimentos capazes de auxiliar no seu controle, chamando grande atenção. Nos últimos meses vem ganhando espaço nos EUA e em alguns países da Europa o conceito dos alimentos com baixos teores de carboidratos, conceito este introduzido pelo Dr. Atkins no inicio da década de 70.

O crescimento do consumo destes alimentos naquele país já chama a atenção de institutos de pesquisa do varejo e já é considerada a nova febre a industria alimentícia. Neste documento vamos fazer uma análise deste mercado global e nacional.

Mercado Global

 

O primeiro livro do Dr. Robert Atkins  sobre sua dieta pobre em carboidratos foi publicado em 1972, e causou uma verdadeira sensação entre a população americana do norte.  Traduzido em todo o mundo foi sendo atualizado pelo autor durante todos estes anos. Resistindo a ataques e diversas críticas nas últimas três décadas, a dieta pobre em carboidratos vem ganhando alguns defensores entre os profissionais da saúde, seja para  controle de Diabetes, seja para perda de peso.  Para analisar o potencial do mercado de uma categoria de produtos, vários são os parâmetros a serem observados e estudados, mas o principal seria para quem e para que este produto será vendido. Além disso, uma questão importante deve ser respondida: Modismo ou tendência?

Já que o mercado dos EUA é o pioneiro e o mais desenvolvido, partiremos a análise do consumo naquele país.

 

 

A industria Americana.

Nos meados da década de 70, após o lançamento o primeiro livro do Dr. Atkins, os alimentos processados  com baixos teores de carboidratos eram produzidos por pequenas empresas, e distribuídos localmente. Na atualidade, uma verdadeira febre de lançamento domina o mercado dos EUA, envolvendo os gigantes da indústria dos alimentos. Unilever, General Mills, Sara Lee, Kraft Foods, Hein Celestial Foods, Heinz e Kellogg já vendem produtos com rótulos de low-carb. A Coca-Cola e a Pepsico já estão na fase de pré-lançamento de refrigerantes com baixos teores de carboidratos no mercado americano e europeu.
Os cálculos dos varejistas americanos e institutos de varejo dão conta que cerca de mais de 2.000 produtos low-carb estão á disposição dos consumidores nas gôndolas e prateleiras dos diversos varejistas em todo o país, e estimando o mercado em algo próximo de US$ 40 bilhões em potencial. De supermercados a drogarias, passando por lojas especializadas, “o consumidor americano já pode comprar hambúrguer, toalha de papel e alimentos low-carb no mesmo local” declara Laurie Kuntz, editora chefe da revista LowCarbiz, publicação especializada baseada em Denver em recente reportagem para a Newsweek. Claro que esta oferta explosiva visa a atender a demanda de mercado poucas vezes vista na história do consumo de alimentos, especialmente quando se fala em benefícios á saúde através da nutrição. Só para o ano de 2004 estão previstos mais de 600 lançamentos de produtos low-carb de acordo com a Productscan On-line, um Instituto de pesquisa de Mercado de Naples, NY, USA.. O faturamento que excedeu a marca de US$ 15 bilhões no ano de 2003, pode ultrapassar os US$ 30 bilhões em 2004, segundo Dean Rotbart, outro editor da publicação LowCarbiz, Mas e o consumidor?

Por que e para que o consumidor quer tanto os alimentos com baixos teores de carboidratos?

Como o consumidor é informado e analisa este mercado, o conceito e os alimentos low-carb é uma parte importante de qualquer estudo de mercado.

Impulsionados pelas inúmeras informações do crescimento da obesidade e excesso de peso nos EUA, e sua trágicas conseqüência para a saúde o bem estar, o consumidor americano movimenta bilhões de dólares anualmente na busca de um controle de peso. Este consumo de alimentos low-carb revela esta necessidade. Livros campeões de vendagem como o do Dr. Atkins e “A dieta de South Beach”  trazem a informação de que é o  alto consumo de carboidratos da dieta ocidental seja a principal causa acumulo de gordura corporal por alterar o metabolismo das gorduras.

Um painel de consumidores realizados em 2003 pela AC Nielsen revelou  números impressionantes. Mais de 35% da população dos EUA já tentaram ou estão tentando uma dieta pobre em carboidratos para controle de peso.

O impacto destas informações são tão grandes que está prevista uma alteração importante da famosa pirâmide alimentar realizada pelo ´órgão das nutricionistas americanas, a USDA..

Mas será que estamos observando um modismo ou um novo padrão que veio para ficar?

Com a palavra o consumidor:

Em recente enquête realizada pela Revista LowCarbiz, os participantes responderam a pergunta se estes alimentos serão modismo ou uma tendência que vai permanecer,  81% daqueles que estão fazendo a dieta responderam sim, sendo que 51% destes acham que vai permanecer para sempre, e 19% que irá durar por mais de 5 anos.

A opinião contrasta com alguns especialistas de mercado:

O Centro de Excelência de Decisões em Marketing, divisão da ACNielsen especializada em teste de marketing estima que 80 a 90% dos produtos lançados no mercado não sobreviverão  após o primeiro ano de vida.
Esta afirmativa vai ao encontro da previsão da declaração de Matthew Wiant, gerente de marketing da Atkins Nutricional de Ronkonkoma, N.Y.  Ele também prevê que cerca de 500 produtos dos 2.000 estarão fora do mercado até o fim de 2004 que adiciona; “Nos próximos seis meses, haverá um número significativo de pessoas desistindo da dieta“. Mas outros fatores devem ser analisados para prevermos se estes alimentos serão um sucesso por longo prazo e dois deles são fundamentais: preço e sabor. Com a entrada das mega-indústrias dos alimentos neste segmento, o fator preço será superado, já que estes fabricantes possuem todas as condições de praticar preços reduzidos em um grande mercado como o dos EUA, Europa e alguns países da Ásia.

Mas e o sabor: Sabemos que atualmente algumas dificuldades técnicas para a produção destes alimentos alteram características e ingredientes destes produtos. Uma recente pesquisa patrocinada pela Continental Foods' Krusteaz,  indicou que o sabor pode deixar alguns produtos vulneráveis. No estudo, 43% dos consumidores destes produtos se consideram insatisfeitos com o sabor, e 40% dos que revelam satisfação, consideram serem os similares de alto teor de carboidrato mais  saborosos.

Mercado brasileiro:

A indústria de alimentos saudáveis e o consumo no Brasil.

No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alimentos Dietéticos, este mercado também alcança números que já chamam a atenção. A receita saltou 870% nos últimos dez anos. Em pesquisa realizada pela ACNielsen, publicada na revista SuperHiper, os produtos diet-light  registraram crescimento superior aos produtos regulares em 30 categorias analisadas. Enquanto os tradicionais tiveram um aumento de 7,8% nas vendas em volume, os diet e light cresceram 10,9%, em 2002, comparado a 2001. Na categoria de iogurtes o melhor desempenho registrado foi o do segmento diet/light, com 45,7% de aumento nas vendas em volume, e o total da categoria o crescimento foi de 22%. “Para seguir a linha na preferência em produto com valor agregado, a versão de iogurte com pedaço de fruta light foi a que mais cresceu na categoria de iogurte diet/light, e com um diferencial de preço em relação ao tipo regular, de 143%”, comenta Gonzalis.
Além desses fatos levantados pela ACNielsen, foi verificado que 49% dos consumidores entrevistados também consomem produtos diet e light em casa, sendo que 72% são da classe A, 55% da classe B e 35% da classe C.
Um exemplo da visão da indústria é que este desempenho é em parte resultado dos investimentos para ampliar o mix de alimentos: foram US$ 100 milhões em cinco anos. Embora represente apenas algo entre 3% e 5% do total de alimentos vendidos no país, a média de lançamentos passou de 40 para 180 produtos light e diet  por ano em uma década, resultando em uma expansão média anual do mercado de 25%. Em 2002, o setor faturou US$ 2,5 bilhões, segundo balanço da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (Abiad).

Conclusão:

Neste documento,  fizemos uma análise inicial do mercado de alimentos com baixo teor de carboidratos baseados no mercado mais desenvolvido do mundo para esta categoria de alimentos, os EUA. Como as informações e tendências neste país são fortemente influenciadoras dos nossos hábitos de consumo, podemos prever uma mobilização dos consumidores para

A entrada das grandes indústrias do ramo da alimentação neste mercado faz com que haja uma previsão de vários lançamentos em nosso país, visto que os alimentos light, para controle de peso, respondem por uma grande fatia deste mercado. Com aproximadamente 30% da população acima do peso, e um grande apelo do consumidor para a saúde e os cuidados pessoais, o mercado para estes alimentos nos parece a principio promissor.

“As indústrias sempre realizam pesquisas sobre as oportunidades e detectam muito espaço no mercado para produtos de maior valor agregado, como os diet, light e funcionais”, diz o coordenador do departamento de economia da Abia, Denis Ribeiro. Assim será com os lançamentos da indústria de alimentos de baixo teor de carboidratos.

Com tantos lançamento e produtos já no mercado disputando espaço na compra do consumidor, a comunicação de marca assume um papel importante para se conseguir vendas e fidelização. Não só preço e sabor devem ser adequados para o paladar do brasileiro, mas principalmente detectar as necessidades e soluções de consumo necessárias para atender o desejo destes consumidores.

Fizemos também uma análise superficial dos pontos fortes e ameaças para o segmento.

É prudente e sábio indicar uma pesquisa com o consumidor e  varejo nacional para que os lançamentos de produtos deste novo segmento obtenham o máximo de performance , evitando assim, desperdício de tempo e dinheiro.

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