O Brasil e o mundo estão passando por uma importante transição demográfica, caracterizada pelo aumento da população idosa, dados da OMS mostram que em 2050 estaremos com 2 milhões de idosos acima de 100 anos no mundo.

Essa mudança na população, acompanhada de melhores condições de saneamento e acesso a tratamentos médicos, faz aumentar também o número de idosos com idade acima de 80 anos, 90 e 100 anos, os chamados centenários. Porém, uma característica de parte dessa população tem chamado atenção, que é o aumento de pessoas com mais de 80 anos e que não possuem nenhum tipo de doença ou comprometimento clínico: são os super-idosos.

São chamados de super-idosos pessoas com 80 anos ou mais que, diante de um teste cognitivo, apresentam um desempenho igual ou superior ao de pessoas na faixa de 50 a 60 anos.

Além disso, são consideradas saudáveis por não apresentarem doenças crônicas e não utilizarem medicamento.

Essa população corresponde a, aproximadamente, 10% da população com 80 anos.

O que se sabe até agora é que esses idosos mantêm durante toda a sua vida a prática de atividade física regular, uma alimentação equilibrada, boas relações familiares e sociais e uma postura positiva diante das adversidades da vida, sendo que os super-idosos normalmente apresentam perfil de dieta próximo ao recomendado pela dieta Mediterrânea e Mind (dieta que integra conceitos da dieta mediterranea e dieta DASH).

Metabolicamente, esses idosos apresentam um perfil de microbiota intestinal próprio, com aumento de bactérias simbióticas (boas), menor encurtamento de telômeros e alteração de metabólitos envolvidos na neuroplasticidade e preservação do córtex cerebral, como aumento de citrulina e aspartato e redução de interleucinas pró-inflamatórias. Nesse aspecto, todas essas características acabam conferindo a essa população maior proteção contra as perdas fisiológicas da senescência.